sexta-feira, 6 de junho de 2008

Felicidade X Conceituações


Alicerçado na psicologia positivista, Martin Seligman busca compreender a felicidade como a interface entre prazer, engajamento e significado, enfatizando o prazer como a sensação agradável de quando se ouve uma boa música, ou se faz sexo. Já o engajamento é visto como a profundidade de envolvimento entre a pessoa e sua vida. Por sua vez, o significado é expresso como a sensação de que a vida faz parte de algo maior. A isso, Pedro Demo compartilha, mas, especula que quanto mais se tentar formalizar uma idéia de felicidade, esta se mostra em processo de deformalização. Por fim, Sigmund Freud formulou, com o auxílio da sua criação - a psicanálise - a concepção de que a felicidade, entre outras possibilidades, possa consistir no poder do narcisismo presente na composição da personalidade do ser humano.

DEMO, Pedro. Dialética da felicidade. Petrópolis: Vozes, 2001, 244p. FREUD, Sigmund. O futuro de uma ilusão. Rio de Janeiro: Imago, 2001, 87p.
SELIGMAN, Martin. Felicidade autêntica. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, 333p.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

resumo do livro: MAL-ESTAR NA CIVILIZAÇÃO.



O presente livro fala sobre felicidade, dividindo-a em dois sentidos distintos. O primeiro, o sentido da evidência da banalidade, tendo em vista que a felicidade interessa a todo mundo. Em segundo lugar, propõe que a mesma já não é mais discussão apenas para filósofos ou círculos fechados de instituições do ensino superior; Propondo-nos também que o estado de felicidade afigura-se não ser um resultado alcançado pela ação, mas algo a ser alcançado pelo auto-conhecimento, sendo a esfera da ação para representá-la, não para adquiri-la.
Coloca em discussão que, o homem parece condenado à infelicidade por três motivos: o primeiro deles é que, sabe que vai morrer, ou seja, o corpo entra em deterioração. O segundo motivo é o não controle sobre a natureza. Esta pode rebelar-se a qualquer momento, com tempestades, secas, etc.; causando destruições para a humanidade. E por fim, o pior motivo para Freud era a relação homem-homem. O decepcionar-se com o outro, principalmente quando se confia e é traído.
Salienta também que, o homem busca e felicidade através de paliativos; como drogas, sexo, aquisição de bens materiais, ou seja, a canalização de sentimentos para outras esferas do contexto em que vive. Precisa que o auto-conhecimento poderia ser o primeiro passo para os inúmeros caminhos da felicidade. Possuir o que se chama lócus de controle interno seria o segundo, ou melhor dizendo, seria uma espécie de sustentação para que se conseguisse dar os demais passos necessários até que, quem sabe, se chegue a uma vida feliz.
Ao mais, chega-se a conclusão que felicidade consista no poder do narcisismo. O homem precisa de amor excessivo a si mesmo, auto-admiração. Um estado em que a libido é dirigida ao próprio ego. Isso tudo faz com que os homens vivenciem crises existenciais e referenciais, causando mal-estar na civilização.


FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Rio de Janeiro: Imago, 2002, 112p.

Reflexão


Para Aristóteles, a felicidade não se esgota no prazer. Define prazer como um “certo movimento da alma e um regresso total e sensível ao estado natural do homem.” ¹Para este filósofo, a felicidade é entendida como uma atividade - a mais auto-suficiente de todas.
Entretanto, verifica-se um momento na história em que se pode especular a felicidade assemelhando-se ao consumo - quando a cultura industrial mostra, através da publicidade comercial, objetos materiais realizados e adquirindo identidade por aqueles que compram e consideram-se felizes.
A idéia de felicidade parece mais ou menos com:
Todos têm desejos, ambições e desafios, afigurando-se com um universo que se propõe a abraçar. Ser rico, famoso, ter o corpo de atores e atrizes, e assim por diante. Ou seja, a idéia de felicidade vendida pelos meios de comunicação.
No todo, os aspectos concernentes à felicidade jungida aos bens materiais e ao desempenho da publicidade comercial, deixam a impressão de que existe um espaço não preenchido no que diz respeito aos motivos que levam o indivíduo social a agir e aos valores que julgam o que ele faz.
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¹Aristóteles (1998). Retórica. (tradução e notas de Manoel Júnior, Paulo Alberto e Abel Pena). Lisboa: INCM. 1370a.p.83

Agradecimento aos leitores

Manifestamos nossa gratidão pelas sugestões e críticas enfatizadas, como também ressaltamos que durante as novas postagens daremos ênfase às mesmas. Pois, compartilhamos com Friedrich Nietzsche que realça de maneira magistral sobre a interação que se deve haver entre os indivíduos em sociedade; e fala:

"quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar"

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Senso Hermenêutico

Destarte, deixamos os seguintes questionamentos:
Em quem devemos acreditar? Numa felicidade atrelada aos bens materiais?
Com quem devemos andar para que sejamos tratados como seres humanos e não como "coisas" do 'todo poderoso' Capitalismo?
Esses são questionamentos para aurora de novas especulações, que acreditamos, serem importantes para se pensar sobre o contexto psico-social vigente.

Sociedade do Consumo

Com efeito, Baudrillard (1975, p.16) frisa que na cultura do consumo, no qual o homem contemporâneo encontra-se inserido: "[...] como a 'criança-lobo' se torna lobo a força de com ele viver, também nós, pouco a pouco nos tornamos funcionais. Vivemos o tempo dos objetos; quero dizer que existimos segundo seu ritmo e em conformidade com sua sucessão permanente."

BAUDRILLARD, Jean. A Sociedade do Consumo. 70.ed. Lisboa 1935, 340p.

Felicidade X Publicidade Comercial




Em vista do que já foi postado, considera-se conveniente problematizar qual o papel da publicidade comercial na formação da opinião pública do conceito de publicidade. Pois, como ressalta Silva (200?, p.8) "[...] o discurso publicitário leva os indivíduos a acreditarem naquilo que está sendo dito e a buscarem todo o prazer proporcionado pelo consumo daquilo que se anuncia. A simbologia associada às mercadorias como valor de uso diz respeito a elementos que representam o ideal de felicidade almejado pela sociedade. Esta felicidade abrange uma realização pessoal e profissional que envolve boa aparência e desenvoltura, aprovação social, conforto e bem-estar, estabilidade econômica, status, sucesso no amor e no mercado de trabalho, entre tantos outros elementos."

SILVA, Lívia Valença. A Publicidade como instrumento do capitalismo na propagação da cultura de consumo e da estilização da vida. In Ix Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Nordeste, Salvador - BA, 200?, 15.p.

domingo, 1 de junho de 2008

Pense e Especule


Vivencia-se uma concepção espargida do homem contemporâneo pertencente a uma sociedade sem vínculos. Isto, torna possível, o mesmo, conectar-se e desconectar-se de um contexto social a outro, levando-o muitas vezes a perder o rumo da sua estrada e conseqüentemente vivenciar crises de referências. Seguindo essa linha de raciocínio, Costa (2000) cita como exemplo de efemeridade contemporânea o seio familiar em processo de mudança. Indaga que diferentemente do início do século XX, as famílias não mais permanecem unidas - os pais se separam, os filhos também já não mais se interessam pelo que a reminiscência legou, nem móveis, nem moral. Entretanto, como indagar esse contexto sem resvalar na simplificação? A cada cujo consumo, como precisa Weber (1967), por exemplo, que durante anos foi o abrigo caloroso para gerações inteiras de burgueses bem comportados, que passavam de pais para filhos objetos de alto valor moral, começa a mudar a partir da inserção do sistema capitalista. Destarte, Bauman (2005) carece que o capitalismo utilizando-se dos meios de comunicação como ferramenta, estende também para as massas, o que, antes, era privilégio de algumas castas religiosas, políticas e aristocratas. Isso, porém, não torna os estudiosos desse assunto defensores da macroestrutura, mas, os leva a pensar e refletir sobre o contexto social vigente.
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Bauman, Zygmunt. Vidas Desperdiçadas. 4º ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005, 170ppCosta, Jurandir Freire. A Ética e o Espelho da Cultura. 3º ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, 180p.Weber, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1967, 233p.